Documentários
Estudei direção da fotografia e no último ano de faculdade descobri o campo do documentário. Fiz meu primeiro filme, Escrito na margem, em uma escola autogerida. Depois de formar, escolhi trabalhar à margem da indústria cinematográfica. Ao lado de um emprego como coordenadora de uma associação cultural, me envolvi em causas que me tocavam. Engajada na luta dos imigrantes sem documentos, participei de uma marcha de um mês de Paris até Nice (no Sul da França), em maio de 2010. Essa experiência deu origem ao longa-metragem Puisqu'on nous envoie promener, co-dirigido com Katie Baillot e Erwan Ricordeau e produzido por Les Films Grain de Sable.
No Brasil, em 2012 comecei a dirigir a websérie O Brasil, Márcio... e eu?, um diário filmado que relata os desafios enfrentados por jovens utópicos na escolha de uma vida alternativa no meio rural. Ao longo dos anos, também escrevi o roteiro do que se tornaria Castelo de Terra, uma coprodução entre Ana Films (Estrasburgo) e Amarillo Produções Audiovisuais (Belo Horizonte), que ganhou os prêmios de realização e da imprensa no FICA 2022, o prêmio de melhor montagem no GECO 2020 e uma menção honrosa no Cine Eco Seia 2020, além de inúmeras seleções em festivais internacionais.
Logo depois, escolhi virar minha câmera para as mulheres do campo e iniciei vários projetos, inclusive a criação de um coletivo de mulheres rurais, interrompida pela pandemia de Covid. Em 2021, gravei o curta-metragem Terra de Mulheres, sobre a vida de duas agricultoras mineiras, que atualmente circula em festivais (prêmio de melhor filme no festival Cine.Ema no Brasil e prêmio de melhor filme internacional no FestIFIS Nikki no Benim).
Hoje estou desenvolvendo a série Ser-Fazer-Saber: Mulheres do Campo, que acompanhará a jornada de mais de quinze mulheres rurais de Minas Gerais, e estou escrevendo um projeto de longa-metragem em um território rural na França.